Artigo publicado na Nature Structural & Molecular Biology compartilha desafios para reconstruir uma carreira científica no Brasil, após experiência no exterior
A pesquisadora Sandra Martha Gomes Dias, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), foi convidada pela revista científica Nature Structural & Molecular Biology para escrever um artigo sobre sua trajetória como cientista brasileira que, após cinco anos de pós-doutorado na Universidade Cornell (EUA), retornou ao país para fazer ciência e estabelecer um grupo de pesquisa no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM.

Pesquisadora do LNBio/CNPEM, Sandra Dias
Intitulado “Returning Home: Fostering growth of Brazilian research”, o artigo compartilha os caminhos e desafios para reconstruir uma carreira científica no Brasil, após experiência no exterior. Por meio de sua história pessoal, Sandra destaca a importância de programas de financiamento robustos, que ofereçam oportunidades de longo prazo aos pesquisadores, e ressalta a relevância de instituições científicas multidisciplinares e de ecossistemas de pesquisa bem estruturados e dinâmicos no país — fatores essenciais para que profissionais que fizeram parte da chamada diáspora científica se sintam motivados a voltar ao país.
No caso da pesquisadora, o Programa Jovem Pesquisador da FAPESP e a possibilidade de atuar no CNPEM, onde atualmente coordena um grupo dedicado ao estudo do metabolismo da glutamina no câncer, foram determinantes para que ela se sentisse segura a retornar ao Brasil.
O artigo também aborda questões estruturais relacionadas ao financiamento da ciência brasileira nas últimas décadas, as barreiras geográficas e econômicas enfrentadas por grupos de pesquisa em diferentes regiões do país e a necessidade constante de resiliência e criatividade para superar os desafios diários no desenvolvimento científico.
“Voltar para casa como pesquisador principal não é uma história de heroísmo. É uma história de compromisso — com os estudantes, com a ciência e com a possibilidade de que a pesquisa possa florescer mesmo em sistemas imperfeitos”, diz trecho do texto da pesquisadora Sandra Dias.
O texto completo pode ser acessado no site da Nature Structural & Molecular Biology, no seguinte link: https://www.nature.com/articles/s41594-025-01609-2
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).
Sobre o LNBio
O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) dedica-se à investigação da saúde humana, unindo biologia integrativa e tecnologias avançadas. Com competências em edição gênica, sistemas microfisiológicos, bioimagem e engenharia de tecidos, o LNBio busca descobrir alvos moleculares e desenvolver terapias inovadoras para doenças de relevância pública. Essa abordagem abrangente, que inclui moléculas e organismos vivos, desvenda mecanismos moleculares para identificar compostos bioativos, fundamentais para o desenvolvimento de novos insumos farmacêuticos ativos. O LNBio concentra esforços nas demandas do sistema público de saúde, utilizando infraestrutura de ponta e modelo matricial de trabalho em prol da inovação e do desenvolvimento na interseção entre ciência e saúde. Buscando integrar a saúde com fatores socioeconômicos e ambientais, atua como uma plataforma científica à disposição do Estado, capaz de desenvolver tecnologias avançadas para responder a questões estratégicas. O LNBio faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), uma Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).