Iniciativa visa integrar amostras vegetais ao Banco de Moléculas do CNPEM e fomentar a bioeconomia nacional, por meio da Plataforma InovaFitoBrasil
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Biominas Brasil, lançam edital de chamada pública para seleção de projetos com amostras vegetais oriundas da biodiversidade brasileira. Voltada a pesquisadores acadêmicos, startups e organizações da sociedade civil que atuam com produtos naturais e bioativos, a iniciativa visa fomentar o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação, fortalecer a bioeconomia nacional e promover o desenvolvimento de soluções nas áreas de saúde humana e animal, cosméticos, entre outras.
“Nosso objetivo é ampliar as possibilidades de pesquisa colaborativa e catalisar a inovação em fármacos a partir da biodiversidade brasileira. O CNPEM desempenha um papel estratégico na inovação científica, com histórico consolidado em P&D a partir de recursos biológicos. A parceria com a Biominas vem somar a essa iniciativa”, afirma Maria Augusta Arruda, diretora do Laboratório Nacional de Biociência (LNBio) do CNPEM.
Nessa mesma perspectiva, a Biominas reforça o papel de aproximar ciência e mercado, potencializando os resultados dessa colaboração. “Essa chamada pública reforça o compromisso da Biominas em impulsionar a inovação no Brasil, aproximando ciência e mercado. A parceria com o CNPEM potencializa o uso da biodiversidade nacional para gerar conhecimento, novos produtos e soluções que beneficiem toda a sociedade”, explica Isabela Allende, Gerente de Operações e Parcerias da Biominas Brasil.
Integração ao Banco de Moléculas e à Plataforma Inovafito
As propostas selecionadas terão suas amostras vegetais integradas ao Banco de Moléculas do CNPEM — uma biblioteca única de compostos com diversidade química e potencial farmacológico, que está constituindo um inventário inédito das moléculas da biodiversidade brasileira. O Banco apoia projetos de triagem fenotípica e bioquímica, além de alavancar pesquisas em descoberta de fármacos e fitoterápicos no Brasil. As amostras serão submetidas a análises químicas, como metabolômica não direcionada por LC-MS/MS, e a ensaios biológicos, incluindo testes de citotoxicidade para avaliação de ação anticâncer, realizados no LNBio.

Equipe do LNBio/CNPEM em atividades relacionadas ao Banco de Moléculas
“A etapa pré-competitiva do Banco envolve uma primeira rodada de análises químicas e biológicas sobre as amostras depositadas, adicionando novas camadas de informação sobre estas amostras e assim fomentando o desenvolvimento destes projetos. As análises são realizadas seguindo princípios de rastreabilidade e boas práticas, e aplicam tecnologia de ponta, tanto na realização dos experimentos, quanto na mineração dos dados”, explica a pesquisadora Daniela Trivella, coordenadora da Divisão de Descoberta de Fármacos do LNBio.
As amostras submetidas ao edital permanecem sob propriedade do depositante e são mantidas no Banco de Moléculas para futuras análises, sempre condicionadas ao aval do responsável. Os dados gerados na primeira rodada (LC-MS/MS e ensaios de citotoxicidade) serão entregues aos depositantes. Já os dados não sensíveis serão disponibilizados na Plataforma InovaFitoBrasil, iniciativa da Biominas que conecta atores do ecossistema de inovação e viabiliza a produção de novos fitoterápicos.
“Ao integrar os resultados das análises à Plataforma InovaFitoBrasil, ampliamos as conexões entre pesquisadores, startups, empresas e instituições. O objetivo é acelerar o desenvolvimento de fitoterápicos e bioativos, fortalecendo a bioeconomia e criando oportunidades de inovação em diferentes segmentos, como saúde, cosméticos e bem-estar”, destaca Allende.
A chamada é realizada em fluxo contínuo e as inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo formulário eletrônico disponível no site do CNPEM. Entre os requisitos, os proponentes devem possuir cadastro ativo ou em andamento no SisGen e apresentar documentação de conformidade legal das amostras.
Lançamento durante a Cúpula Brasileira de Inovação e Saúde
O lançamento do edital aconteceu no dia 24 de setembro, durante o segundo dia da programação da Cúpula Brasileira de Inovação e Saúde. Diante de um público formado por representantes da comunidade científica, startups e atores do ecossistema de inovação em saúde, o pesquisador líder do Laboratório de Produtos Naturais do LNBio, Rafael de Felício, apresentou a iniciativa, ressaltou a importância de integrar a biodiversidade brasileira a estratégias de inovação e detalhou como será conduzida a chamada pública.
Confira o edital e mais informações da chamada aqui.

O pesquisador do CNPEM, Rafael de Felício, e a gerente de operações e parceria, Isabela Allende, no lançamento do edital durante a Cúpula Brasileira de Inovação e Saúde
Sobre a Biominas Brasil
A Biominas Brasil é uma das mais conceituadas instituições de inovação em bio no país. Desde a sua fundação em 1990, tem como foco de atenção a promoção do empreendedorismo na transformação de projetos de ciência em negócios inovadores. Produz informações relevantes do setor e apoia diversas instituições em suas estratégias de inovação, assim, interage e desenvolve soluções para pesquisadores, empreendedores, médias e grandes empresas, instituições públicas e privadas.
Sobre o LNBio
O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) dedica-se à investigação da saúde humana, unindo biologia integrativa e tecnologias avançadas. Com competências em edição gênica, sistemas microfisiológicos, bioimagem e engenharia de tecidos, o LNBio busca descobrir alvos moleculares e desenvolver terapias inovadoras para doenças de relevância pública. Essa abordagem abrangente, que inclui moléculas e organismos vivos, desvenda mecanismos moleculares para identificar compostos bioativos, fundamentais para o desenvolvimento de novos insumos farmacêuticos ativos. O LNBio concentra esforços nas demandas do sistema público de saúde, utilizando infraestrutura de ponta e modelo matricial de trabalho em prol da inovação e do desenvolvimento na interseção entre ciência e saúde. Buscando integrar a saúde com fatores socioeconômicos e ambientais, atua como uma plataforma científica à disposição do Estado, capaz de desenvolver tecnologias avançadas para responder a questões estratégicas. O LNBio faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), uma Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).”
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).